O engenheiro

A escolha dos sistemas e componentes mais adequados para o transporte pode ter um impacto significativo no desempenho operacional – garantindo a qualidade do produto, evitando bloqueios e reduzindo custos

O transporte pneumático é um meio testado e confiável de transferência de pós, grânulos e granéis secos em ambientes de fabricação e processo. Posteriormente, é usado em uma gama incrivelmente diversificada de aplicações industriais. Seja farinha em padarias, grãos em cervejarias ou compostos químicos em fábricas farmacêuticas, o transporte pneumático representa uma solução flexível e econômica para o transporte de materiais até o destino desejado.

Mas selecionar o equipamento de transporte pneumático certo pode ser um desafio, com muitas considerações em jogo. Por exemplo, que tipo de substância está sendo manuseada? O tamanho, peso e tipo de material podem afetar significativamente o fluxo e a pressão necessários. Além disso, as mercadorias são transportadas para consumo humano ou como parte constituinte de um produto farmacêutico? Nesse caso, rigorosos padrões de qualidade definirão a pureza do ar comprimido que pode ser usado. Enquanto isso, outros fatores, como energia e segurança, também são considerações críticas que devem ser totalmente compreendidas.

Antes de avaliar os critérios de seleção com mais detalhes, vale a pena examinar os princípios básicos do transporte pneumático e como os materiais podem ser movimentados. O transporte pneumático usa ar comprimido para transportar materiais através de tubulações fechadas em locais como fábricas e plantas industriais usando diferentes pressões de ar. Este processo pode ser realizado de duas maneiras distintas.

O transporte de pressão, ou transporte positivo, como também é conhecido, distribui o ar comprimido de um compressor ou soprador no ponto inicial para 'empurrar' o material pela tubulação. Este método fornece uma maneira particularmente eficiente de cobrir distâncias maiores. Enquanto isso, o transporte a vácuo ou negativo usa ar comprimido para 'sugar' o material a granel através da tubulação, com o compressor ou soprador posicionado no ponto final. Uma das vantagens é que não há contato entre o ar comprimido e o material transportado – e, portanto, não há contaminação – e o produto não fica exposto ao calor gerado no processo de compressão do ar. No entanto, a distância que pode ser percorrida pelo transporte a vácuo é mais limitada do que pelo transporte sob pressão.

Dentro dessas duas abordagens fundamentais, existem três fases de transporte pneumático – diluída, densa e transitória. Essas fases estão relacionadas a como diferentes materiais se movem através dos dutos.

Em primeiro lugar, há a fase diluída, onde um soprador ou compressor de baixa pressão é usado para enviar o material pela tubulação como se estivesse flutuando sem que nada se acumule no fundo dessa tubulação. A fase diluída permite que o material seja movido com uma pressão de ar de até 2,5 bar e em alta velocidade e é uma ótima maneira de transportar rapidamente um grande volume de material.

Em segundo lugar, na fase densa, o material é empurrado (ou sugado no caso de transporte negativo) através da tubulação. Isso significa que ele se move mais lentamente e requer uma pressão maior, geralmente acima de 2,5 bar. A fase densa é, portanto, mais complexa, cara e requer mais energia. Finalmente, a fase transiente está entre as fases diluída e densa. Parte do material está "voando" pela tubulação e parte é movida pelas laterais - novamente, impactando os requisitos de pressão.

Essas fases são críticas porque pós, grânulos e granéis secos vêm em várias formas com composições variadas. Compreendendo completamente a composição do material específico - seja farinha, areia, açúcar, grãos, plástico, cimento ou cinzas volantes - é possível selecionar a especificação técnica correta para o sistema de transporte pneumático, garantindo que seja dimensionado corretamente para o tarefa em mãos. Fazer a escolha certa pode garantir a qualidade do produto, evitar bloqueios, minimizar o risco de combustão e reduzir os custos operacionais.